Gatos com pancreatite crônica não manifestam sintomas específicos. A grande maioria apresenta somente anorexia, letargia e desidratação, sendo pequena a porcentagem com vômitos e diarreia. Hipotermia também pode estar presente.
Um estudo recente revelou a presença de 67% de prevalência de alterações pancreáticas crônicas em gatos necropsiados, sendo 45% em gatos que eram aparentemente saudáveis antes de morrer! A prevalência clínica reportada, no entanto, não chega a 2%. A discrepância entre a prevalência de diagnósticos clínicos e laboratoriais sugere que muitos gatos têm pancreatite subclínica.
Diagnóstico
O ultrassom é um exame útil no diagnóstico, pode revelar pâncreas aumentado e hipoecogênico, circundado por mesentério hiperecoico e líquido peripancreático (peritonite focal) nos animais com pancreatite aguda, e pâncreas hiperecoico nos gatos com processos crônicos, mas a sensibilidade depende do ultrassonografista e frequentemente não aparece nada.
O aumento da imunoreatividade da lipase pancreática (fPLI) detecta a pancreatite felina com grande sensibilidade (principalmente pancreatite aguda, bem menos para a pancreatite crônica leve). Esse exame é feito pelo laboratório IDEXX nos EUA, sendo disponível no Brasil por intermédio de alguns laboratórios veterinários. (Em São Paulo, o Provet envia material para o exterior para realização de "perfil pancreático" (PLI e TLI).)
O aumento da imunoreatividade do tripsonogênico-like felino (fTLI) tem baixa sensibilidade.
Os testes de lipase e amilase séricas não servem para nada.
Outras alterações do gato com pancreatite crônica incluem leucocitose leve a moderada, com ou sem alterações tóxicas, e hematócrito aumentado (desidratação) ou diminuído (anemia). Pode haver azotemia leve a moderada, secundária e desidratação ou insuficiência renal. Aumento de enzimas hepáticas refletem isquemia hepática ou lipidose / colangite ("tríade" felina).
Histologicamente, a pancreatite crônica se caracteriza por fibrose intersticial com atrofia acinar e infiltrados linfocíticos. Já na pancreatite aguda aparece necrose e inflamação acinar, além de necrose da gordura peripancreática.
Referências
DeCock et al. Prevalence and Histopathologic Characteristics of Pancreatitis in Cats. Vet Pathol 44:39–49, 2007. Disponível em http://vet.sagepub.com/content/44/1/39.full#xref-ref-38-1 também.
Forman MA, Marks SL, et al. Evaluation of serum feline pancreatic lipase immunoreactivity and helical computed tomography versus conventional testing for the diagnosis of feline pancreatitis. Journal of Veterinary Internal Medicine 2004; 18: 807-815.
Marks SL. Diagnosis and Management of Feline Pancreatitis: A Critical Appraisal.
In: Western Veterinary Conference, 2010. Disp. em: http://www.vin.com/Members/Proceedings/Proceedings.plx?CID=wvc2010&PID=pr54695&O=VIN
Steiner JM. Diagnosing Feline Pancreatitis. In: British Small Animal Veterinary Congress, 2009. Disp. em: http://www.vin.com/Members/Proceedings/Proceedings.plx?CID=bsava2009&PID=pr32328&O=VIN
Steiner JS, Williams DA. Feline pancreatic disease. In: Ettinger, SJ; Feldman, EC. eds. Textbook of veterinary internal medicine. St. Louis: Elsevier Saunders, 2005; 1488-1492.
Veterinária Integral
Diário de serviço de vida
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Pancreobela
Isabela está com tríade felina. Tem anorexia há 2 meses, além de pêlo arrepiado e humor deprimido. Teve um episódio de diarreia há cerca de 1 mês, mas foi só, pois não tem vômitos e seu cocô é normal. Só não come. Isso é muito comum na pancreatite felina, uma das doenças da tríade. Estava com enzimas hepáticas alteradas, e US sugestivo de alteração no fígado - lipidose hepática, devido à privação calórica decorrente da anorexia. Atualmente, somente o US do fígado ainda permanece alterado.
Tenho forçado ração úmida quando ela recusa a ração - um dos 4 tipos que comprei - e isso ocorre cerca de duas vezes a cada 3 dias.
A alimentação trata do fígado - e, de fato, as enzimas hepáticas foram diminuindo ao longo do mês de janeiro, e estão normais.
Por outro lado, comer lhe faz passar mal, pois induz a secreção enzimática pancreática o que, na pancreatite crônica, já está bem alterada.
Tenho forçado ração úmida quando ela recusa a ração - um dos 4 tipos que comprei - e isso ocorre cerca de duas vezes a cada 3 dias.
A alimentação trata do fígado - e, de fato, as enzimas hepáticas foram diminuindo ao longo do mês de janeiro, e estão normais.
Por outro lado, comer lhe faz passar mal, pois induz a secreção enzimática pancreática o que, na pancreatite crônica, já está bem alterada.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Rações para se emocionar
Como todo sábado em que nosso filho mais velho não acorda em casa, tomamos café da manhã juntos só nós dois e ficamos cada um no seu cantinho, até que João apareceu, eu estava saindo, e ele resolveu ir comigo buscar a impressora na assistência técnica.
Insisti em dirigir, pois teria apenas 20 minutos para conseguir chegar a tempo de pegar o escritoriozinho aberto, até o meio-dia. Como sempre, tudo certo e, com a impressora no carro, fomos ao pet shop da desembargador.
Esse petshop sempre foi bom nos preços, e tem variedade. "É o campeão em vendas da região oeste" – disse uma vez o representante de uma distribuidora de medicamentos. Mas, como todo comércio de produtos para animais, se sustenta com venda de ração.
– Posso ajudá-la? – aproxima-se uma moça de cabelos pretos.
– Ãh, ha... – enquanto recolhia pacotes de 400 g de alguns tipos de ração gostosinha de gatos. – não, obrigada.
– O que a senhora está procurando?
Paz de espírito, teria respondido se me encontrasse diante de deus.
Mas disse algo vago, estava só por ali olhando, que pegaria algumas rações e iria embora.
– Qual a ração que a senhora dá?
– Hã, ah...
– Royal Canin?
– Não. Olha... Não preciso de ajuda mesmo. É... Sabe... sou veterinária e estou... – então sou interrompida
– TÁ BOM, EU SÓ ESTAVA TENTANDO FAZER O MEU TRABALHO
Frhuu. Saco, fiquei umas duas horas fora do centro, orbitando na sensação de estranhamento ao ser rejeitada. Odeio quando não consigo ser simpática. É difícil, pra mim, não agradar, realmente.
Tentava me concentrar em quais variedades e marcas levaria para a Isabela comer. Uma outra para filhotes, já que a primeira que eu havia comprado tinha sido muito bem apreciada por ela no início, mas agora já não era mais aceita espontaneamente pela gatinha que emagrecia a cada dia. Lembrei-me, por um instante, de quando Isabela era bebê, com aquele olho inchado, uma gastroenterite branda (em comparação com seu colega de caçamba, o Bossa I, que cagava pura água...) e uma vontade imensa de viver. Foi quando comprei as mamadeirinhas de filhotes de gato que guardo até hoje. Comprei diversas e o Bossa I não mamava direito em nenhuma... Puxa vida, filhotes órfãos são complicados, mas sempre dão ótimos gatos. Bossa I morreu, ou melhor, foi sacrificado. Naquela época eu tive de optar, mas ele não teria sobrevivido de forma alguma, estava em pleno definhamento neonatal. Mas Isabelinha está aí até hoje, essa gata mais querida do mundo. João fala de vez em quando que ela me ensinou veterinária, uma grande verdade. Mais que isso, em uma vida apenas me ensinou a ser mãe!
Levei também uma ração hipercalórica / hiperproteica para animais doentes e uma para gatos exigentes. Depois fui procurar comida pra pomba. Acabei levando painço e uma papinha de aves. Paralelamente, João escolhia coisas para o novo aquário.
No carro, ele me conta dos episódios do seriado que acabou de baixar. Meu marido parece bem, adoro quando ele conversa comigo. Nunca fala de si mesmo. Ou melhor, nunca falava, pois de um tempo pra cá tenho o conhecido cada vez mais, por ele próprio, quem ele realmente é e as coisas pelas quais passou. Combinamos ir no dia seguinte ao pet shop grande, com o Tomás, escolher a namorada do Nemo, o peixe.
Insisti em dirigir, pois teria apenas 20 minutos para conseguir chegar a tempo de pegar o escritoriozinho aberto, até o meio-dia. Como sempre, tudo certo e, com a impressora no carro, fomos ao pet shop da desembargador.
Esse petshop sempre foi bom nos preços, e tem variedade. "É o campeão em vendas da região oeste" – disse uma vez o representante de uma distribuidora de medicamentos. Mas, como todo comércio de produtos para animais, se sustenta com venda de ração.
– Posso ajudá-la? – aproxima-se uma moça de cabelos pretos.
– Ãh, ha... – enquanto recolhia pacotes de 400 g de alguns tipos de ração gostosinha de gatos. – não, obrigada.
– O que a senhora está procurando?
Paz de espírito, teria respondido se me encontrasse diante de deus.
Mas disse algo vago, estava só por ali olhando, que pegaria algumas rações e iria embora.
– Qual a ração que a senhora dá?
– Hã, ah...
– Royal Canin?
– Não. Olha... Não preciso de ajuda mesmo. É... Sabe... sou veterinária e estou... – então sou interrompida
– TÁ BOM, EU SÓ ESTAVA TENTANDO FAZER O MEU TRABALHO
Frhuu. Saco, fiquei umas duas horas fora do centro, orbitando na sensação de estranhamento ao ser rejeitada. Odeio quando não consigo ser simpática. É difícil, pra mim, não agradar, realmente.
Tentava me concentrar em quais variedades e marcas levaria para a Isabela comer. Uma outra para filhotes, já que a primeira que eu havia comprado tinha sido muito bem apreciada por ela no início, mas agora já não era mais aceita espontaneamente pela gatinha que emagrecia a cada dia. Lembrei-me, por um instante, de quando Isabela era bebê, com aquele olho inchado, uma gastroenterite branda (em comparação com seu colega de caçamba, o Bossa I, que cagava pura água...) e uma vontade imensa de viver. Foi quando comprei as mamadeirinhas de filhotes de gato que guardo até hoje. Comprei diversas e o Bossa I não mamava direito em nenhuma... Puxa vida, filhotes órfãos são complicados, mas sempre dão ótimos gatos. Bossa I morreu, ou melhor, foi sacrificado. Naquela época eu tive de optar, mas ele não teria sobrevivido de forma alguma, estava em pleno definhamento neonatal. Mas Isabelinha está aí até hoje, essa gata mais querida do mundo. João fala de vez em quando que ela me ensinou veterinária, uma grande verdade. Mais que isso, em uma vida apenas me ensinou a ser mãe!
Levei também uma ração hipercalórica / hiperproteica para animais doentes e uma para gatos exigentes. Depois fui procurar comida pra pomba. Acabei levando painço e uma papinha de aves. Paralelamente, João escolhia coisas para o novo aquário.
No carro, ele me conta dos episódios do seriado que acabou de baixar. Meu marido parece bem, adoro quando ele conversa comigo. Nunca fala de si mesmo. Ou melhor, nunca falava, pois de um tempo pra cá tenho o conhecido cada vez mais, por ele próprio, quem ele realmente é e as coisas pelas quais passou. Combinamos ir no dia seguinte ao pet shop grande, com o Tomás, escolher a namorada do Nemo, o peixe.
Criptococose
A criptococose é uma micose sistêmica que leva principalmente a meningite e pneumonia em pacientes imunocomprometidos, sendo uma doença perigosa em pessoas portadoras do HIV. É causada pela inalação de esporos do fungo Cryptococcus neoforman. O criptococos é um microorganismo oportunista e se desenvolve muito bem em matéria vegetal e em decomposição, como cascas de árvores e troncos ocos, mas é no cocô de aves – onde dura até dois anos – que ele toma contato mais próximo do ser humano e animais domésticos.
Pessoas que lidam com criação de aves são as mais expostas à inalação desse fungo, mas ele também está presente em excretas de animais sinantrópicos como o pombo. Indivíduos com boa imunidade geralmente não padecem de problemas, embora possam ter granulomas (nódulos formados pelos fungos circundados pela resposta imune do hospedeiro) nos pulmões sem sintomas clínicos.
No entanto, na falta de imunidade celular adequada (pacientes com AIDS ou outras imunosupressões), o fungo se dissemina do aparelho respiratório, pelo sangue, para o sistema nervoso central e para outros tecidos, inclusive a pele. Animais imunosuprimidos também são mais acometidos, em especial, gatos com AIDS e leucemia virais felinas.
Não há relatos de transmissão direta entre cães e gatos doentes e pessoas. As lesões cutâneas que aparecem dos gatos não são infectantes! Não confundir com a esporotricose, outra micose causada por fungo de matéria vegetal orgânica, o Sporothrix chenqii. As lesões na pele de gatos com esporotricose são fontes de infecção para seresm humanos. Em 2007, essa doença foi notificada como sendo uma epidemia em alguns bairros do Rio de Janeiro.
Esporos desse organismo estão presentes em excretas de aves, sendo muito comum o isolamento, em ambiente urbano, nas fezes de pombos. No Brasil, há estudos que mostram prevalências de até 100% em amostras de solo coletadas em praças e torres de igreja, por exemplo. Os esporos resistem por longos períodos (até 2 anos!) no ambiente e são susceptíveis à radiação solar.
A criptococose leva a sintomas respiratórios, neurológicos e oftálmicos em humanos, cães e gatos, sendo uma doença grave em indivíduos com imunidade comprometida.
Gatos com criptococose geralmente manifestam sintomas respiratórios crônicos e lesões cutâneas, com aparecimento de massas subcutâneas e ulcerações, mais comuns na região do pescoço e cabeça, incluindo região nasal ("nariz de palhaço"). Cães têm meningoencefalites.
O tratamento envolve antifúngicos sistêmicos que, além de potencialmente tóxicos nas dosagens e períodos de tratamento preconizados, não atingem satisfatoriamente o sistema nervoso central.
Referências:
QUEIROZ JPAF et al. Criptococose - Uma revisão bibliográfica. Acta Veterinaria Brasilica 2(2):32-8, 2008.
CABANA et al., Relato de caso: criptococose em felino. XVII CIC. XI ENPOS.
Consenso em criptococose.
Controle de pombos.
Esporotricose.
Pessoas que lidam com criação de aves são as mais expostas à inalação desse fungo, mas ele também está presente em excretas de animais sinantrópicos como o pombo. Indivíduos com boa imunidade geralmente não padecem de problemas, embora possam ter granulomas (nódulos formados pelos fungos circundados pela resposta imune do hospedeiro) nos pulmões sem sintomas clínicos.
No entanto, na falta de imunidade celular adequada (pacientes com AIDS ou outras imunosupressões), o fungo se dissemina do aparelho respiratório, pelo sangue, para o sistema nervoso central e para outros tecidos, inclusive a pele. Animais imunosuprimidos também são mais acometidos, em especial, gatos com AIDS e leucemia virais felinas.
Não há relatos de transmissão direta entre cães e gatos doentes e pessoas. As lesões cutâneas que aparecem dos gatos não são infectantes! Não confundir com a esporotricose, outra micose causada por fungo de matéria vegetal orgânica, o Sporothrix chenqii. As lesões na pele de gatos com esporotricose são fontes de infecção para seresm humanos. Em 2007, essa doença foi notificada como sendo uma epidemia em alguns bairros do Rio de Janeiro.
Esporos desse organismo estão presentes em excretas de aves, sendo muito comum o isolamento, em ambiente urbano, nas fezes de pombos. No Brasil, há estudos que mostram prevalências de até 100% em amostras de solo coletadas em praças e torres de igreja, por exemplo. Os esporos resistem por longos períodos (até 2 anos!) no ambiente e são susceptíveis à radiação solar.
A criptococose leva a sintomas respiratórios, neurológicos e oftálmicos em humanos, cães e gatos, sendo uma doença grave em indivíduos com imunidade comprometida.
Gatos com criptococose geralmente manifestam sintomas respiratórios crônicos e lesões cutâneas, com aparecimento de massas subcutâneas e ulcerações, mais comuns na região do pescoço e cabeça, incluindo região nasal ("nariz de palhaço"). Cães têm meningoencefalites.
O tratamento envolve antifúngicos sistêmicos que, além de potencialmente tóxicos nas dosagens e períodos de tratamento preconizados, não atingem satisfatoriamente o sistema nervoso central.
Referências:
QUEIROZ JPAF et al. Criptococose - Uma revisão bibliográfica. Acta Veterinaria Brasilica 2(2):32-8, 2008.
CABANA et al., Relato de caso: criptococose em felino. XVII CIC. XI ENPOS.
Consenso em criptococose.
Controle de pombos.
Esporotricose.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Antibioticoterapia e analgesia na pomba
Tratamento iniciado em 22/1/2010, 23h
Butorfanol 2 mg/kg IM (*)
Enrofloxacina 25 mg/kg IM (** o autor sugere via SC, mas nem eu nem a pomba tivemos problemas com via IM)
(*) Sobre reconhecimento e manejo da dor em aves, encontrei as notas de conferência Avian Anesthesia, no site do VIN. Segue trecho do artigo abaixo (em inglês).
"Understanding and managing pain in birds is difficult when compared to mammals. Birds clearly experience pain but analgesics are poorly studied in birds, especially psittacines.13, 17 It is reasonable to assume that pain can impede avian patient recovery just as has been proven in other animals.17 Birds may possess different types and quantities of opioid (pain) receptors when compared to mammals.17 With the current limited studies, birds seem to require a relatively high dose of selected analgesics to produce 'analgesia', further supporting that birds probably do have differences in opioid receptors, or respond to pain differently when compared to mammals.17 For example, studied umbrella cockatoos had no discernable analgesic response (compared to saline) when given high doses of fentanyl (80-100 times more potent than morphine) and only 4 of 7 had some measurable analgesia when given 10 times the 'high dose.'18
The recognition of pain is very important in avian medicine. As is true of many wild animals, birds tend not to show overt signs of pain (vocalizing) as obvious distress behaviors may attract unwanted attention. Even some physiologic measures of pain such as increased heart rate are not always seen in 'painful' birds.19 As clinicians, we often use intuition or even common sense when evaluating pain in birds. For example, a bird with a recent fracture or just recovering from an invasive procedure (hysterectomy) is likely experiencing pain. But also watch for birds that are guarding a limb, picking feathers over a limited area, acting aggressive, having focal muscle contractions, shivering, anorexic, or intensively fearful or phobic in response to basic handling or approaches (fear of a person touching a painful area or falling on a sore keel). It is the subtle, and not overt, signs of pain that more likely predominate in painful avian patients.
The first steps to resolving pain are to recognize the source of pain and reduce discomfort. For example, splinting a fractured leg or covering an open wound with a light bandage may instantly reduce pain and anxiety. Other ways to reduce anxiety and pain include placing the avian patient in a quiet, warm environment and removing cage 'furniture' and making food and water easily accessible to decrease painful movements.19
Clinically, pain management is difficult to assess in birds using the current recommended analgesics. Despite the uncertainties in bird responses and until additional studies are conducted, pain management should still be encouraged with avian patients. Butorphanol is recommended for severe pain and is given at 1-3 mg/kg IM q 6-24 hrs.17, 19 Butorphanol given at 1 mg/kg also has sparing-sparing effects, in addition to analgesic properties, in studied birds.19 Clinically, butorphanol given at 2-4 mg/kg IM or per os seems to be safe and offers relief to some avian patients. Relief may be evidenced as a calming effect on the bird. Again, it is uncertain whether this calming effect is due to sedation from the high dose of butorphanol or true analgesia. Banamine, given at 1-5 mg/kg IM q 24 hrs, may also provide some analgesia.13 Intestinal and renal side-effects from banamine use (doses as low as 0.1 mg/kg induced histologic renal lesions in studied quail) have been reported in numerous bird species.19 Clinically, aspirin given at 5-10 mg/kg PO q 24 hrs seems to help. Both carprofen (1 mg/kg SC or 2-4 mg/kg PO q 8-12 hrs) and ketoprofen (2 mg/kg IM or SC q 8-24 hrs) are popular analgesics used in avian medicine.19 As the side effects of all analgesics have not been studied in birds, these drugs should be used carefully in avian patients."
Fonte: ECHOLS MS. Avian Anesthesia. WESTERN VETERINARY CONFERENCE 2004.
(**) Sobre enrofloxacina em aves, encontrei especificamente o artigo abaixo, o qual reproduzo na íntegra:
Enrofloxacin in Birds
Western Veterinary Conference 2003
Keven Flammer, DVM, DABVP (Avian)
Department of Clinical Sciences, College of Veterinary Medicine, North Carolina State University
Raleigh, NC, USA
OBJECTIVES
How to use enrofloxacin in avian practice to maximize efficacy and ease administration.
Key Points
- Baytril is not a diagnostic test.
- Enrofloxacin must be dosed appropriately. Food and water based administration achieves much lower plasma concentrations than oral or IM administration. Intramuscular administration can cause severe irritation at the site of injection.
- Flavoring of oral suspensions can improve acceptance.
OVERVIEW
Enrofloxacin is bactericidal, widely distributed to tissues and excreted primarily through renal tubular secretion and glomerular filtration. Enrofloxacin is partially metabolized by the liver to ciprofloxacin, an equipotent metabolite. The amount of ciprofloxacin produced varies by species and may contribute slightly to antimicrobial activity. Oral administration is well tolerated; intramuscular administration causes irritation at the site of injection and is not recommended for repeated use in birds. Enrofloxacin can reduce normal alimentary tract flora and render birds more susceptible to secondary infections by yeast and anaerobes. Other side effects at recommended doses are uncommon in birds.
Enrofloxacin is active against many gram-negative bacteria at concentrations achievable in birds. Resistance is occasionally reported for E. coli, Klebsiella, and Acinetobacter, and frequently reported for Pseudomonas aeruginosa2,3. Enrofloxacin has good activity against Staphylococcus and Mycoplasma., limited activity against Streptococcus, and poor activity against Enterococcus and anaerobes. Enrofloxacin may reduce the clinical signs of chlamydiosis, but is inconsistent in eliminating infection.
Pharmacodynamic studies suggest that the efficacy of enrofloxacin is concentration dependent and that there is a significant post antibiotic effect after dosing. Treatment success correlates best with achieving high peak plasma concentrations (e.g., where Cmax is 3-10x MIC). This has clinical implications. For example, the route of administration (in addition to the dose) influences the peak concentration achieved in the bird. Peak concentrations achieved by IM injection are greater than SQ injection > oral administration > food-based medication > water based medication. If the MIC of the target organism is known, the efficacy of enrofloxacin can be better predicted and the most appropriate route of administration selected. For example, water-based medication is unlikely to be effective against pathogens with a MIC > 0.06 ug/ml, but oral medication at standard doses is often effective against pathogens with a MIC < 0.25 ug/ml. Enrofloxacin may be effective when relatively high doses are given once daily. The major disadvantage to using higher doses less frequently is the risk of toxicity (e.g., retinal damage in cats), although toxic effects have not been reported in birds.
Some observations from our research and clinical practice:
1. Oral administration of the injectable formulation of Baytril (22.7 mg/ml) achieves plasma concentrations similar to giving suspended crushed tablets orally. However, the injectable formulation can be unpalatable, even when flavored. We have seen better acceptance when the meat-flavored tablets are compounded with Syrpalta (a grape flavoring). The stability of the compounded drug is unknown so we recommend refrigeration and discard in 2 weeks.
2. Flavored drug can sometimes be applied to a favorite food (e.g., cracker), allowing owners to easily dose their bird.
3. Repeated IM injection can cause severe muscle irritation. Limited data and clinical experience indicates that SQ injection into a pocket of fluids can provide high peak concentrations without significant irritation. We routinely use this route in very ill birds to initiate therapy, and then switch to oral medication when the patient is stable.
4. The injectable formulation can be used to medicate drinking water (200 mg/L), but it achieves low plasma concentrations (< 0.1-0.4 ug/ml). This route should only be used if the MIC of the target pathogen is less than 0.06 ug/ml. Inappropriate use of Baytril medicated water can result in treatment failure and microbial resistance.
5. A dose of 15 mg/kg given twice daily maintains plasma concentrations that are effective for treating susceptible gram-negative bacterial infections in most psittacine species. Senegal parrots metabolize enrofloxacin more quickly and may respond better to q8 hour dosing. We have been experimenting with once-daily dosing and have clinically found 25 mg/kg orally or SQ q24 hours to be effective in many situations.
6. Enrofloxacin may reduce normal gut flora, making the patient susceptible to secondary alimentary tract infections by yeast, megabacteria (avian gastric yeast), and Clostridium sp.
Summary
Enrofloxacin is active against many of the most common bacterial pathogens affecting psittacine birds. Proper dosing is needed to achieve treatment success and avoid microbial resistance.
References
1. Flammer K.: Antimicrobial Therapy. In, Ritchie B.W., Harrison and Harrison, L.R. (eds.): Avian Medicine, Principles and Application. Lake Worth, Florida, Wingers Publishing, 1994:434-456.
2. Intorre L, Mengozzi G, Bertini S, Bagliacca M, Luchetti E, Soldani G: The plasma kinetics and tissue distribution of enrofloxacin and its metabolite ciprofloxacin in the Muscovy duck [published erratum appears in Vet Res Commun 1997 May;21(4):240]. Vet Res Commun 21:127-136, 1997
1. Flammer K, Aucoin DP, Whitt DA, Prus SA: Plasma concentrations of enrofloxacin in African grey parrots treated with medicated water. Avian Dis 34:1017-1022, 1990
2. Flammer K, Aucoin DP, Whitt DA: Intramuscular and oral disposition of enrofloxacin in African grey parrots following single and multiple doses. J Vet Pharmacol Ther 14:359-366, 1991
3. Knoll U, Glunder G, Kietzmann. Comparative study of the plasma pharmacokinetics and tissue concentrations of danofloxacin and enrofloxacin in broiler chickens. J Vet Pharmacol Therap. 1999;22:239-246.
4. Flammer K, Whitt-Smith D. Plasma concentrations of enrofloxacin in psittacine birds offered water medicated with 200 mg/l of the injectable formulation of Baytril. J Avian Med Surg. In press.
Fonte: FLAMMER K. Enrofloxacin in Birds. WESTERN VETERINARY CONFERENCE 2003.
Butorfanol 2 mg/kg IM (*)
Enrofloxacina 25 mg/kg IM (** o autor sugere via SC, mas nem eu nem a pomba tivemos problemas com via IM)
(*) Sobre reconhecimento e manejo da dor em aves, encontrei as notas de conferência Avian Anesthesia, no site do VIN. Segue trecho do artigo abaixo (em inglês).
"Understanding and managing pain in birds is difficult when compared to mammals. Birds clearly experience pain but analgesics are poorly studied in birds, especially psittacines.13, 17 It is reasonable to assume that pain can impede avian patient recovery just as has been proven in other animals.17 Birds may possess different types and quantities of opioid (pain) receptors when compared to mammals.17 With the current limited studies, birds seem to require a relatively high dose of selected analgesics to produce 'analgesia', further supporting that birds probably do have differences in opioid receptors, or respond to pain differently when compared to mammals.17 For example, studied umbrella cockatoos had no discernable analgesic response (compared to saline) when given high doses of fentanyl (80-100 times more potent than morphine) and only 4 of 7 had some measurable analgesia when given 10 times the 'high dose.'18
The recognition of pain is very important in avian medicine. As is true of many wild animals, birds tend not to show overt signs of pain (vocalizing) as obvious distress behaviors may attract unwanted attention. Even some physiologic measures of pain such as increased heart rate are not always seen in 'painful' birds.19 As clinicians, we often use intuition or even common sense when evaluating pain in birds. For example, a bird with a recent fracture or just recovering from an invasive procedure (hysterectomy) is likely experiencing pain. But also watch for birds that are guarding a limb, picking feathers over a limited area, acting aggressive, having focal muscle contractions, shivering, anorexic, or intensively fearful or phobic in response to basic handling or approaches (fear of a person touching a painful area or falling on a sore keel). It is the subtle, and not overt, signs of pain that more likely predominate in painful avian patients.
The first steps to resolving pain are to recognize the source of pain and reduce discomfort. For example, splinting a fractured leg or covering an open wound with a light bandage may instantly reduce pain and anxiety. Other ways to reduce anxiety and pain include placing the avian patient in a quiet, warm environment and removing cage 'furniture' and making food and water easily accessible to decrease painful movements.19
Clinically, pain management is difficult to assess in birds using the current recommended analgesics. Despite the uncertainties in bird responses and until additional studies are conducted, pain management should still be encouraged with avian patients. Butorphanol is recommended for severe pain and is given at 1-3 mg/kg IM q 6-24 hrs.17, 19 Butorphanol given at 1 mg/kg also has sparing-sparing effects, in addition to analgesic properties, in studied birds.19 Clinically, butorphanol given at 2-4 mg/kg IM or per os seems to be safe and offers relief to some avian patients. Relief may be evidenced as a calming effect on the bird. Again, it is uncertain whether this calming effect is due to sedation from the high dose of butorphanol or true analgesia. Banamine, given at 1-5 mg/kg IM q 24 hrs, may also provide some analgesia.13 Intestinal and renal side-effects from banamine use (doses as low as 0.1 mg/kg induced histologic renal lesions in studied quail) have been reported in numerous bird species.19 Clinically, aspirin given at 5-10 mg/kg PO q 24 hrs seems to help. Both carprofen (1 mg/kg SC or 2-4 mg/kg PO q 8-12 hrs) and ketoprofen (2 mg/kg IM or SC q 8-24 hrs) are popular analgesics used in avian medicine.19 As the side effects of all analgesics have not been studied in birds, these drugs should be used carefully in avian patients."
Fonte: ECHOLS MS. Avian Anesthesia. WESTERN VETERINARY CONFERENCE 2004.
(**) Sobre enrofloxacina em aves, encontrei especificamente o artigo abaixo, o qual reproduzo na íntegra:
Enrofloxacin in Birds
Western Veterinary Conference 2003
Keven Flammer, DVM, DABVP (Avian)
Department of Clinical Sciences, College of Veterinary Medicine, North Carolina State University
Raleigh, NC, USA
OBJECTIVES
How to use enrofloxacin in avian practice to maximize efficacy and ease administration.
Key Points
- Baytril is not a diagnostic test.
- Enrofloxacin must be dosed appropriately. Food and water based administration achieves much lower plasma concentrations than oral or IM administration. Intramuscular administration can cause severe irritation at the site of injection.
- Flavoring of oral suspensions can improve acceptance.
OVERVIEW
Enrofloxacin is bactericidal, widely distributed to tissues and excreted primarily through renal tubular secretion and glomerular filtration. Enrofloxacin is partially metabolized by the liver to ciprofloxacin, an equipotent metabolite. The amount of ciprofloxacin produced varies by species and may contribute slightly to antimicrobial activity. Oral administration is well tolerated; intramuscular administration causes irritation at the site of injection and is not recommended for repeated use in birds. Enrofloxacin can reduce normal alimentary tract flora and render birds more susceptible to secondary infections by yeast and anaerobes. Other side effects at recommended doses are uncommon in birds.
Enrofloxacin is active against many gram-negative bacteria at concentrations achievable in birds. Resistance is occasionally reported for E. coli, Klebsiella, and Acinetobacter, and frequently reported for Pseudomonas aeruginosa2,3. Enrofloxacin has good activity against Staphylococcus and Mycoplasma., limited activity against Streptococcus, and poor activity against Enterococcus and anaerobes. Enrofloxacin may reduce the clinical signs of chlamydiosis, but is inconsistent in eliminating infection.
Pharmacodynamic studies suggest that the efficacy of enrofloxacin is concentration dependent and that there is a significant post antibiotic effect after dosing. Treatment success correlates best with achieving high peak plasma concentrations (e.g., where Cmax is 3-10x MIC). This has clinical implications. For example, the route of administration (in addition to the dose) influences the peak concentration achieved in the bird. Peak concentrations achieved by IM injection are greater than SQ injection > oral administration > food-based medication > water based medication. If the MIC of the target organism is known, the efficacy of enrofloxacin can be better predicted and the most appropriate route of administration selected. For example, water-based medication is unlikely to be effective against pathogens with a MIC > 0.06 ug/ml, but oral medication at standard doses is often effective against pathogens with a MIC < 0.25 ug/ml. Enrofloxacin may be effective when relatively high doses are given once daily. The major disadvantage to using higher doses less frequently is the risk of toxicity (e.g., retinal damage in cats), although toxic effects have not been reported in birds.
Some observations from our research and clinical practice:
1. Oral administration of the injectable formulation of Baytril (22.7 mg/ml) achieves plasma concentrations similar to giving suspended crushed tablets orally. However, the injectable formulation can be unpalatable, even when flavored. We have seen better acceptance when the meat-flavored tablets are compounded with Syrpalta (a grape flavoring). The stability of the compounded drug is unknown so we recommend refrigeration and discard in 2 weeks.
2. Flavored drug can sometimes be applied to a favorite food (e.g., cracker), allowing owners to easily dose their bird.
3. Repeated IM injection can cause severe muscle irritation. Limited data and clinical experience indicates that SQ injection into a pocket of fluids can provide high peak concentrations without significant irritation. We routinely use this route in very ill birds to initiate therapy, and then switch to oral medication when the patient is stable.
4. The injectable formulation can be used to medicate drinking water (200 mg/L), but it achieves low plasma concentrations (< 0.1-0.4 ug/ml). This route should only be used if the MIC of the target pathogen is less than 0.06 ug/ml. Inappropriate use of Baytril medicated water can result in treatment failure and microbial resistance.
5. A dose of 15 mg/kg given twice daily maintains plasma concentrations that are effective for treating susceptible gram-negative bacterial infections in most psittacine species. Senegal parrots metabolize enrofloxacin more quickly and may respond better to q8 hour dosing. We have been experimenting with once-daily dosing and have clinically found 25 mg/kg orally or SQ q24 hours to be effective in many situations.
6. Enrofloxacin may reduce normal gut flora, making the patient susceptible to secondary alimentary tract infections by yeast, megabacteria (avian gastric yeast), and Clostridium sp.
Summary
Enrofloxacin is active against many of the most common bacterial pathogens affecting psittacine birds. Proper dosing is needed to achieve treatment success and avoid microbial resistance.
References
1. Flammer K.: Antimicrobial Therapy. In, Ritchie B.W., Harrison and Harrison, L.R. (eds.): Avian Medicine, Principles and Application. Lake Worth, Florida, Wingers Publishing, 1994:434-456.
2. Intorre L, Mengozzi G, Bertini S, Bagliacca M, Luchetti E, Soldani G: The plasma kinetics and tissue distribution of enrofloxacin and its metabolite ciprofloxacin in the Muscovy duck [published erratum appears in Vet Res Commun 1997 May;21(4):240]. Vet Res Commun 21:127-136, 1997
1. Flammer K, Aucoin DP, Whitt DA, Prus SA: Plasma concentrations of enrofloxacin in African grey parrots treated with medicated water. Avian Dis 34:1017-1022, 1990
2. Flammer K, Aucoin DP, Whitt DA: Intramuscular and oral disposition of enrofloxacin in African grey parrots following single and multiple doses. J Vet Pharmacol Ther 14:359-366, 1991
3. Knoll U, Glunder G, Kietzmann. Comparative study of the plasma pharmacokinetics and tissue concentrations of danofloxacin and enrofloxacin in broiler chickens. J Vet Pharmacol Therap. 1999;22:239-246.
4. Flammer K, Whitt-Smith D. Plasma concentrations of enrofloxacin in psittacine birds offered water medicated with 200 mg/l of the injectable formulation of Baytril. J Avian Med Surg. In press.
Fonte: FLAMMER K. Enrofloxacin in Birds. WESTERN VETERINARY CONFERENCE 2003.
Colomba ferida
Antes de mais nada, quero deixar claro que não tenho por hábito atender pombas. Na verdade, é a terceira ave que aparece por aqui. A primeira foi um canário da Dona Jacqueline, nossa vizinha, cuja gaiola havia caído no chão. A segunda fora um filhote de sabiá predado pelo Shiva – Sim, o gato com paresia de membros posteriores teve seu dia de caçador! A terceira, essa pomba.
Pomba, 22/01/2010
Estado geral ativo, vocaliza, responsiva a estímulos visuais e auditivos.
Lesão por mordedura em região dorsal.
Presença de dois artrópodes (mosca-do-pombo, Pseudolynchia canariensis) andando rapidamente entre a plumagem das asas
Era só o que faltava, uma pomba internada no consultório de acupuntura de cães e gatos. Não vai sobreviver se for solta. Está tarde pra ligar pro Depave. Vou consultar o VIN, Veterinary Information Network para saber doses de antibiótico e outros cuidados, ela também precisa de analgesia.
Pomba, 22/01/2010
Estado geral ativo, vocaliza, responsiva a estímulos visuais e auditivos.
Lesão por mordedura em região dorsal.
Presença de dois artrópodes (mosca-do-pombo, Pseudolynchia canariensis) andando rapidamente entre a plumagem das asas
Era só o que faltava, uma pomba internada no consultório de acupuntura de cães e gatos. Não vai sobreviver se for solta. Está tarde pra ligar pro Depave. Vou consultar o VIN, Veterinary Information Network para saber doses de antibiótico e outros cuidados, ela também precisa de analgesia.
O gato caçou a pomba
Era de manhã, terminávamos de comer, Tomás montava seu trem de brinquedo com o pai, quando Maria entra na sala:
- Ôoo pombinho tá lá embaixo... , num cantinho...
Eu: - Hein? – Pensando em que horas iria ao petshop para adquirir uma parceira para o Nemo, que estava soltando uma "espuminha na água" e, segundo o Tomás, estava "triste".
- Aquele gato grandão pegô ele, daí eu toquei o gato e botei o pombinho lá pra baixo.
Levou um tempo para cair a ficha de que havei outro animal na casa, e esqueci do assunto, pois precisava, após o café da manhã do Tomás, alimentar a Isabela, que já não comia bem há bem um mês, estava perdendo peso e estava demorando a engatar no tratamento...
Lá pelas 11 me lembrei que tinha uma pomba na garagem da minha casa. Catei o Tom e desci para vê-la.
– Cadê Mamãe? Cadê a Pomba?
– Atrás do vaso, mas não mexe não, tá? Vamos pôr luva.
Peguei a gaiola de captura de gatos e tirei o "anzol". Tom se interessou e quis mexer, perguntou se podia, mexeu, disse:
– Essa não é gaiola. Gaiola / minha escola.
Eu retruquei: – Na escola também tem gaiola. Ambas são gaiolas.
– Ahh. Ambas são gaiolas.
– Qué entrá aqui. Pode entrar?
– Não, Tom, não pode entrar na gaiola. Vou arrumá-la para a pomba.
– Pomba? Cadê pomba?
– Tá lá fora, na garagem.
– Qué vê.
Peguei luvas pra mim, ele mesmo pegou um parzinho, enorme para ele, e as colocou em cada mão. Afastei o vaso.
– Cadê pombo, mamãe?
– Aqui, olha.
E eis que apareceu o pombinho, branquinho de cabeça cinza e com as pontas das penas cinza-chumbo. Tinha um leve borrão de sangue nas costas. Retraiu-se mais ainda ao me ver, tentou dar pulinhos para longe. Mas catei o pombo, que se debateu um pouco com minha ousadia.
– Qué mexe!
– Não, filho, não vai mexer.
Levei o indivíduo plumado e encolhido ao consultório e coloquei-o na gaiola. Foram várias as tentativas de contato do Tomás com o pobre animal predado pelo Samba-Canção:
– Come, pombinho!
– Vem cá, pombinho, come papá!
Mas a ave, imóvel, e felizmente em estação e alerta, só piscava o olho.
Sem manipular o animal, deixei a pomba dentro da gaiola com uma porção de farinha de milho com água e fomos almoçar.
Temo por essa atitude, pois não gosto muito de pomba. Tive conhecimento de uma colega do Mauro que pegou uma doença da pomba ferida de quem estava cuidando. A mulher, frequentadora de um centro budista, ficou cega. A criptococose é sempre a mais citada, mas existem inúmeras outras doenças transmitidas por pombas
E eu, naquele momento, grávida, com a pomba machucada no consultório.
Enfim, deixei para mexer no bicho mais tarde, sem o menino, e provida de mais informações.
- Ôoo pombinho tá lá embaixo... , num cantinho...
Eu: - Hein? – Pensando em que horas iria ao petshop para adquirir uma parceira para o Nemo, que estava soltando uma "espuminha na água" e, segundo o Tomás, estava "triste".
- Aquele gato grandão pegô ele, daí eu toquei o gato e botei o pombinho lá pra baixo.
Levou um tempo para cair a ficha de que havei outro animal na casa, e esqueci do assunto, pois precisava, após o café da manhã do Tomás, alimentar a Isabela, que já não comia bem há bem um mês, estava perdendo peso e estava demorando a engatar no tratamento...
Lá pelas 11 me lembrei que tinha uma pomba na garagem da minha casa. Catei o Tom e desci para vê-la.
– Cadê Mamãe? Cadê a Pomba?
– Atrás do vaso, mas não mexe não, tá? Vamos pôr luva.
Peguei a gaiola de captura de gatos e tirei o "anzol". Tom se interessou e quis mexer, perguntou se podia, mexeu, disse:
– Essa não é gaiola. Gaiola / minha escola.
Eu retruquei: – Na escola também tem gaiola. Ambas são gaiolas.
– Ahh. Ambas são gaiolas.
– Qué entrá aqui. Pode entrar?
– Não, Tom, não pode entrar na gaiola. Vou arrumá-la para a pomba.
– Pomba? Cadê pomba?
– Tá lá fora, na garagem.
– Qué vê.
Peguei luvas pra mim, ele mesmo pegou um parzinho, enorme para ele, e as colocou em cada mão. Afastei o vaso.
– Cadê pombo, mamãe?
– Aqui, olha.
E eis que apareceu o pombinho, branquinho de cabeça cinza e com as pontas das penas cinza-chumbo. Tinha um leve borrão de sangue nas costas. Retraiu-se mais ainda ao me ver, tentou dar pulinhos para longe. Mas catei o pombo, que se debateu um pouco com minha ousadia.
– Qué mexe!
– Não, filho, não vai mexer.
Levei o indivíduo plumado e encolhido ao consultório e coloquei-o na gaiola. Foram várias as tentativas de contato do Tomás com o pobre animal predado pelo Samba-Canção:
– Come, pombinho!
– Vem cá, pombinho, come papá!
Mas a ave, imóvel, e felizmente em estação e alerta, só piscava o olho.
Sem manipular o animal, deixei a pomba dentro da gaiola com uma porção de farinha de milho com água e fomos almoçar.
Temo por essa atitude, pois não gosto muito de pomba. Tive conhecimento de uma colega do Mauro que pegou uma doença da pomba ferida de quem estava cuidando. A mulher, frequentadora de um centro budista, ficou cega. A criptococose é sempre a mais citada, mas existem inúmeras outras doenças transmitidas por pombas
E eu, naquele momento, grávida, com a pomba machucada no consultório.
Enfim, deixei para mexer no bicho mais tarde, sem o menino, e provida de mais informações.
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