sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O gato caçou a pomba

Era de manhã, terminávamos de comer, Tomás montava seu trem de brinquedo com o pai, quando Maria entra na sala:
- Ôoo pombinho tá lá embaixo... , num cantinho...
Eu: - Hein? – Pensando em que horas iria ao petshop para adquirir uma parceira para o Nemo, que estava soltando uma "espuminha na água" e, segundo o Tomás, estava "triste".
- Aquele gato grandão pegô ele, daí eu toquei o gato e botei o pombinho lá pra baixo.

Levou um tempo para cair a ficha de que havei outro animal na casa, e esqueci do assunto, pois precisava, após o café da manhã do Tomás, alimentar a Isabela, que já não comia bem há bem um mês, estava perdendo peso e estava demorando a engatar no tratamento...

Lá pelas 11 me lembrei que tinha uma pomba na garagem da minha casa. Catei o Tom e desci para vê-la.
– Cadê Mamãe? Cadê a Pomba?
– Atrás do vaso, mas não mexe não, tá? Vamos pôr luva.

Peguei a gaiola de captura de gatos e tirei o "anzol". Tom se interessou e quis mexer, perguntou se podia, mexeu, disse:
– Essa não é gaiola. Gaiola / minha escola.
Eu retruquei: – Na escola também tem gaiola. Ambas são gaiolas.
– Ahh. Ambas são gaiolas.
– Qué entrá aqui. Pode entrar?
– Não, Tom, não pode entrar na gaiola. Vou arrumá-la para a pomba.

– Pomba? Cadê pomba?
– Tá lá fora, na garagem.
– Qué vê.

Peguei luvas pra mim, ele mesmo pegou um parzinho, enorme para ele, e as colocou em cada mão. Afastei o vaso.
– Cadê pombo, mamãe?
– Aqui, olha.

E eis que apareceu o pombinho, branquinho de cabeça cinza e com as pontas das penas cinza-chumbo. Tinha um leve borrão de sangue nas costas. Retraiu-se mais ainda ao me ver, tentou dar pulinhos para longe. Mas catei o pombo, que se debateu um pouco com minha ousadia.

– Qué mexe!
– Não, filho, não vai mexer.

Levei o indivíduo plumado e encolhido ao consultório e coloquei-o na gaiola. Foram várias as tentativas de contato do Tomás com o pobre animal predado pelo Samba-Canção:
– Come, pombinho!
– Vem cá, pombinho, come papá!
Mas a ave, imóvel, e felizmente em estação e alerta, só piscava o olho.
Sem manipular o animal, deixei a pomba dentro da gaiola com uma porção de farinha de milho com água e fomos almoçar.

Temo por essa atitude, pois não gosto muito de pomba. Tive conhecimento de uma colega do Mauro que pegou uma doença da pomba ferida de quem estava cuidando. A mulher, frequentadora de um centro budista, ficou cega. A criptococose é sempre a mais citada, mas existem inúmeras outras doenças transmitidas por pombas
E eu, naquele momento, grávida, com a pomba machucada no consultório.
Enfim, deixei para mexer no bicho mais tarde, sem o menino, e provida de mais informações.

Um comentário:

  1. Clarissa, encontrei uma pomba bem machucada na rua do meu tabalho. Gostaria de saber se pode me ajudar. Já liguei para inúmeros veterinários e nenhum me ajudou. Aguardo o seu mais breve contato.
    NG

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